sexta-feira, 18 de outubro de 2013

DISCURSO BE na TOMADA POSSE na AF ALCABIDECHE

Eis o discurso do Bloco de Esquerda em Alcabideche, 17-10-2013, na tomada de posse como eleita na Assembleia de Freguesia 

Estimados e estimadas cidadãos e cidadãs presentes, membros desta freguesia,
Estimados  membros dos órgãos autárquicos cessantes,
O Bloco de Esquerda cumprimenta democraticamente todos os que foram eleitos para esta assembleia no acto eleitoral de 29 de Setembro.



Nestas eleições autárquicas de 2013 fui nomeada por pouco mais de cinco centenas de fregueses para representar e defender o programa que o Bloco de Esquerda apresentou em Alcabideche. Reconheço que não são muitos os votos que aqui me colocaram. Hoje, muitas pessoas, muitos jovens, acham que a sua participação no sistema político é irrelevante. A abstenção ganhou. A tendência para a demissão da participação política e cívica está a crescer.
Mas ainda assim, defenderei com o maior empenho a vontade daqueles que aqui colocaram uma representante dos princípios de esquerda que o BE veicula, e que apresente neste círculo os compromissos que estabelecemos com a população.

Pretendo prosseguir o bom trabalho executado pelo meu predecessor Carlos Silva, que saúdo. Tal como a ele, neste forum não me ouvirão com discursos vãos, nem picardias partidárias sem interesse para os fregueses. Esperem ouvir da minha parte contributos e validação de acções em benefício das Pessoas, sobretudo das mais desfavorecidas, assim como propostas para melhoria dos bairros e lugares onde vivemos e trabalhamos, sempre com objectivos de facilitar a vida, a comunicação, a deslocação, os cuidados de saúde e de habitação; assim como com a preocupação de garantir um nível de qualidade de vida minimamente aceitável, para todos e para todas.

Hoje comemora-se o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza. A Unesco considera que este é um objectivo ao nosso alcance, mas este combate está a ter inúmeros reveses. Como disse o presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza, padre Jardim Moreira, hoje, na origem da redução da ajuda dos países da União Europeia para a erradicação da pobreza, está a “aposta” no lucro em detrimento do bem social. Também em Portugal esta constatação é um facto que não devemos nem podemos escamotear. As condições de vida neste país, neste concelho, nesta freguesia, continuam progressivamente a endurecer e a piorar. Estão a ser identificados mais casos de idosos sem apoios e de jovens e crianças negligenciadas.

Compete também aos órgãos nas autarquias, a esta Junta e a esta Assembleia de Freguesia, trabalhar no sentido de minorar as dificuldades que forem surgindo, quer através de apoio social, quer no fomento de estruturas e infraestruturas que facilitem a vida dos mais idosos, dos doentes, dos inadaptados, das crianças, dos agregados familiares (colectivos ou individuais), sem quaisquer discriminações de religião, género, ou outra.
Importa apoiar e promover apoios ambulatórios a quem deles necessitar no quadro do apoio à prestação de cuidados de saúde física e mental, por exemplo através do apoio a entidades que prestam um serviço social e cívico ímpar no terreno, como é o caso da APAV.
Importa precaver dificuldades na mobilidade, nas acessibilidades e nas deslocações dentro da freguesia e do concelho, pois a solução do automóvel individual afigura-se cada vez mais um luxo com tendência a diminuir a médio prazo, e um luxo com uma enorme pegada ecológica, e há que pensar em alternativas concretas e acessíveis para todas as idades e classes sociais.
Importa apoiar colectividades e associações para que continuem a mobilizar esforços colectivos e solidários em áreas como a cultura e o desporto.
Importa reanimar o comércio de bairro para evitar o afluxo sistemático a centros de monopólios comerciais, e para reactivar a economia e o turismo locais.
Importa cuidar da riqueza natural e da biodiversidade local, que no caso específico desta freguesia, é da maior importância.
Apenas para citar algumas vertentes imprescindíveis de intervenção política e social.

Acrescem hoje em dia as incumbências e responsabilidades deste colectivo, na monitorização de impactos e de efeitos colaterais das alterações económicas, sociais e ambientais, e em geral na qualidade de vida das comunidades residentes nos diversos núcleos populacionais da nossa Freguesia. Trabalhar em colectivo com as restantes freguesias e município de Cascais e adjacentes, persistir, perseverar e insistir, deverá ser um dos nossos lemas.

Num contexto democrático o papel da oposição no contrabalanço, vigilância e crítica é fundamental.
Contem com o Bloco para representar uma oposição de esquerda, activa e propositiva.
Contem com o Bloco para contribuir para que este órgão democrático de poder local exerça plenamente as atribuições e funções que a lei lhe confere, nomeadamente através da adopção de medidas concretas que tenham como resultado o benefício dos nossos concidadãos.

Obrigada.
2013-10-17,
Paulina Esteves


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